Sou uma pessoa sensível.
Muito.
Às vezes penso que sou demasiado sensível para a profissão que escolhi.
Por estranho que pareça, pouco me emociono com as imagens da destruição e dos mortos. Nada que se compare ás lágrimas que querem escapar dos olhos quando vejo os sobreviventes. Porque é desses que se trata, quanto aos que morreram já não há nada a fazer.
Ver retirar pessoas 24, 48, 72 horas depois, vivas, isso sim deixa-me com o coração apertado.
Ver pessoas a arriscar a sua vida, a unir esforços para ajudar quem precisa, faz-me reflectir.
Mas há mais uma coisa que me deixa muito emocionada: os depoimentos dos familiares. Que perderam entes-queridos, que os recuperaram, quem reencontraram a esperança ou que a perderam para sempre.
E admiro, admiro muito todas estas pessoas que deixaram tudo, pais, filhos, namorados e amigos e partiram para ajudar na tragédia.
Porque eu não sei se seria capaz de o fazer.
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