quarta-feira, 8 de abril de 2009

ORGULHO!

Super-heróis

"A história também pode ser escrita aos quadradinhos, em álbuns de banda desenhada que costumam destacar super-heróis e as suas façanhas numa luta dos bons contra os maus talhada para finais felizes. O que se passou esta terça-feira em Old Trafford foi uma aventura de um grupo fantástico. E quando os ingleses falavam em Hulk, a Marvel ganhou mais 13 nomes para o seu portfolio de imortais. Em casa do campeão da Europa e do Mundo, o F.C. Porto foi absolutamente… incrível. E até podia ter triunfado. To be continued…

Primeira parte ao nível do Teatro. De sonho. Tal como em Madrid, tal como gosta, à imagem de um conquistador, o F.C. Porto entrou com todo em Manchester. Lisandro ameaçou aos dois minutos, Rodríguez fez magia pouco depois, sem que Van der Sar, dessa vez, pudesse cancelar a euforia azul e branca. Estádio em silêncio, United em sentido.

Jogo entre as duas equipas com mais presenças na UEFA Champions League, confronto de argumentos financeiros divergentes. Estes dados, todavia, não têm acesso às quatro linhas e, no relvado, ganha quem joga mais, quem se supera, quem tem ambição e é predestinado. E o F.C. Porto é isto tudo e também um caso de sucesso. É por isso que Van der Sar foi o melhor dos ingleses, é por isso que a máquina de Jesualdo Ferreira criou imensas oportunidades de golo, é por isso que não se deixou abater pelas armadilhas da fortuna.

Num quadradinho da história sem direito a destaque, Rooney fez de bad guy e aproveitou-se de um azar de Bruno Alves para desenhar um empate mentiroso. Sorriso trocista, cerca de 70 mil realizados com a maldade, pancada no estômago dos bons. Insuficiente para os derrubar, ainda assim. Mesmo que o destino parcial alimentasse a fúria caseira, numa reentrada para a segunda parte que poderia abater o herói comum.

Os super-heróis, porém, são de outra estirpe. E, da mesma forma que encantam, também sabem sofrer e apelar a inteligência, dando o corpo a todas as balas. A segunda parte do F.C. Porto misturou um pouco de todo. Os desenhos não foram tão rebuscados, mas foram empolgantes. Tevez quis roubar o colorido e até o árbitro contribuiu para os comics. Tudo bem. O fim era previsível. Sorriem os bons.

Ferguson lançou o argentino à espera de algo. Tevez começou por fazer uma grande penalidade sobre Hulk que o árbitro austríaco não quis sancionar e acabou a gritar com espavento. Afinal, se o United tivesse triunfado por 2-1, os maus teriam derrubado os bons. O que é raro, mas por vezes sucede. Mariano não quis, o público azul não quis, os portistas não quiseram. Esta história é para continuar. E os super-heróis costumam fazer-nos sonhar."

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