Cantores, actores de televisão, ou simples anónimos têm acidentes de viação por esse país fora. Todos os dias, a toda a hora. Cada vez que alguém conhecido morre desta maneira, há uma onda de consciencialização, é um ai jesus que temos que ter todos muito cuidado e temos que andar devagar e pôr o cinto e não beber antes de conduzir e sabe-se lá mais o quê.
Mas na verdade, não há nada mais efectivo para levar uma pessoa a pôr a mão na consciência sobre a responsabilidade de estar ao volante de um carro do que ver, de forma nua e crua, as consequências que podem advir de um acidente. Segunda-feira foi o meu dia.
Uma pessoa, mais nova que eu, cujo braço balançava entre ficar no sítio e desfuncional para sempre, ou ser amputado. E chocou. Chocou ver com estes olhos a consequência que um segundo pode ter na vida de uma pessoa. Chocou ver aquele braço desfeito, e saber que qualquer que fosse o desfecho, o futuro daquele jovem tinha sido ditado naquele preciso momento em que uma distracção aconteceu.
E tenho a certeza que de ontem em diante, apesar de me considerar já de mim uma condutora cuidadosa, nunca mais vou conduzir da mesma maneira.
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