T. G. I. F.

Esta semana foi de loucos. Com aulas de prática clínica todos os dias, uma tarde nas urgências e uma avaliação prática, sinto-me cansada como há muito não sentia.

Por outro lado, tudo tem coisas boas. Acho que finalmente estou a estudar por gosto, sem fazer grande esforço para isso. Pela primeira vez em quatro anos, é-nos pedido para raciocinar, ao contrário de decorar. Há sempre muita coisa que é preciso saber e que só mesmo decorando se consegue, mas o simples facto de finalmente estar a pôr o cérebro a trabalhar e a pensar e unir as pecinhas do puzzle é gratificante. Cada vez que me apresentam um "enigma" e eu o consigo desvendar sou invadida por um sentimento de realização que provavelmente nunca senti desde que entrei no curso. No fundo, foi para isto que lutei, e não para decorar fármacos ou pormenores ridículos do osso mais pequeno que possa existir no corpo humano. No fundo foi para isto que decorei fármacos ou ossinhos, é quase uma espécie de prémio pelo esforço feito.

E adoro. E a cada dia me apaixono mais pelo curso, e cada dia tenho mais a certeza que fiz a escolha certa e que é este o futuro que quero ter.
E mais do que isto, vou-me apaixonando mais pela área que de à uns anos para cá me tem vindo a cativar. E ao pensar no futuro, é nesta especialidade que me imagino. Mas ainda é muuuito cedo para decidir tal coisa, até porque esta é a primeira cadeira que tenho e quem sabe não me vou apaixonar por muitas mais.

E o meu futuro está aqui, mesmo ao esticar da mão, ao alcance de uma bata pendurada no cacifo e um estetoscópio no bolso. Ao alcance de um pensamento que pode melhorar uma vida, ou mesmo salvá-la. E sinto-me orgulhosa por ter chegado até aqui.